UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB
DCHT – CAMPUS XVI – IRECÊ
IRECÊ
2011
1.
Elaboração
de comentários a cerca dos itens abaixo:
I.
O ensino de Língua Portuguesa tem sido, desde os anos 70, o centro
da discussão acerca da necessidade de melhorar a qualidade de ensino no país. O
eixo dessa discussão no ensino fundamental centra-se, principalmente, no
domínio da leitura e da escrita pelos alunos, responsável pelo fracasso escolar
[...].
II.
O domínio da linguagem, como atividade discursiva e cognitiva, e o
domínio da língua, como sistema simbólico utilizado por uma comunidade
lingüística, são condições de possibilidade de plena participação social (...)
Assim, um projeto educativo comprometido com a democratização social e
cultural, atribui à escola a função e a responsabilidade de contribuir para
garantir a todos os alunos o acesso aos saberes lingüísticos necessários para o
exercício da cidadania [...].
III.
Considerando os diferentes níveis de conhecimento prévio, cabe à
escola promover sua ampliação de forma que, progressivamente, durante os oito
anos do ensino fundamental, cada aluno se torne capaz de interpretar diferentes
textos que circulam socialmente, de assumir a palavra e, como cidadão, de
produzir textos eficazes nas mais variadas situações.[...].
IV.
[...] é necessário contemplar nas atividades de ensino, a
diversidade de textos e gêneros, e não apenas em função de sua relevância
social, mas também pelo fato de que textos pertencentes a diferentes gêneros
são organizados de diferentes formas.[...].
V.
A língua [...] está presente em todas as áreas de conhecimento. A
tarefa de formar leitores e usuários competentes da escrita não se restringe, portanto,
à área de Língua Portuguesa, já que todo professor depende da linguagem para
desenvolver os aspectos conceituais de sua disciplina.
2.
Comentários:
I.
Infelizmente para a maioria dos professores
de língua portuguesa há apenas a
preocupação no ensino da gramática normativa, e o que se percebe é que com esse
método tradicional os alunos acabam com um déficit na hora de ler e interpretar
textos, devido a ausência de interação entre os alunos e os textos, o que
repercuti na própria avaliação da escola. Na formação crítica dos alunos, o
domínio da leitura, da escrita e da interpretação de textos é fundamental,
segundo Antunes a evidencia de que as línguas só existem para promover a
interação entre as pessoas nos leva a admitir que somente uma concepção
interacionista da linguagem, eminentemente funcional e contextualizada, pode,
se formar ampla e legítima, fundamentar um ensino da língua que seja,
individual e socialmente produtiva e relevante.
II.
A linguagem é o principal meio de interação
social de cada individual dentro de um determinado meio social, dessa forma o
desempenho social de cada um, depende em primeira instância do domínio e da
capacidade que o mesmo tenha de se comunicar em distintos âmbitos ou
comunidades sociais. E tal domínio dessa linguagem comunicativa, deve ser uma
preocupação presente em cada educador, em especial, ao educador de língua portuguesa.
Para isso, o professor precisa conhecer bem o seu aluno e a realidade onde o
mesmo atua, Como disse Antunes, A língua só se atualiza a serviço da
comunicação intersubjetiva, em situações de atuação social e através de
práticas discursivas,materializadas em textos orais e escritos. Diante disso,
Precisamos pensar na formação de nossos alunos, como a preparação de um cidadão
crítico para o mundo, por que esse é o nosso papel, transmitir ao aluno, a
qualidade de domínio lingüístico em diversas comunidades, o que vai muito além
do domínio da norma culta, cabe aí o respeito e a interação entre as
comunidades lingüísticas e as variações entre as mesmas, o que deve partir do
próprio professor de línguas.
III.
Cada aluno adentra no universo escolar com um
conhecimento prévio adquirido no seu âmbito social de convivência, saberes e
habilidades que cabem ao educador, mediar e adequá-los aos conhecimentos que o
aluno deverá adquirir em sala de aula. Incentivando assim a interação e a troca
de experiências, para que haja uma aprendizagem eficiente e que se adéqüe a
realidade vivida pelo aluno. Ou seja, como disse Hoffmann, onde haja
proximidade entre quem educa e quem é educado.
IV.
Conhecer e compreender os distintos gêneros
textuais e suas variações capacita o aluno a um conhecimento prévio importante
para o seu engajamento com textos práticos e literários, e o auxilia na própria
construção discursiva e comunicativa. Conhecimento esse que é necessário e deve
ser levado em consideração no ensino e na formação de todo aluno, que mais
tarde será um leitor apto a conhecer e interpretar os diferentes gêneros
textuais e suas funções.
V.
Capacitar o aluno em relação ao domínio da
linguagem em suas variações, é fundamental até mesmo para os desenvolvimentos
das atividades que o educador pretende realizar com seus alunos, afinal é
através da prática da leitura e da escrita que o professor ensina o seu aluno a
compreender, interpretar e ter o domínio comunicativo da linguagem, afinal a compreensão do mundo vai
além do texto escrito. Como está nos PCN o professor de línguas não deve fazer
do conhecimento gramatical, o único fundamento de sua autoridade, até porque a
língua excede a gramática. Por fim, a educação deve ser utilizada como
mecanismo de transformação individual e comunitária, onde haja interação entre
professor, aluno, escola e sociedade.
REFERÊNCIAS
·
ANTUNES, I. Aula de Português - encontro e
interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.
·
HOFFMANN, J. Avaliação Mediadora: uma
prática em construção da pré-escola à Universidade. Porto Alegre: Educação
e Realidade, 1993.
·
VALENTE, A. (org.) Aulas de Português:
Perspectivas inovadoras. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.
·
VASCONCELOS, C. dos S. Planejamento:
Projeto de Ensino-aprendizagem e Projeto Político-pedagógico. São Paulo:
Libertad, 2002.